O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu esta quinta-feira que o seu Governo trabalhará com qualquer candidato que vença as eleições presidenciais dos EUA, mas sem fazer mais comentários, para não ser acusado de interferência.
"Aceitaremos qualquer decisão dos americanos e trabalharemos com qualquer Governo" que sair das urnas, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para a próxima terça-feira, disse Putin.
"Espero que as suas decisões (eleitorais) sejam sensatas. Em qualquer caso, estamos tranquilos", acrescentou o Presidente russo.
Contudo, Putin não quis fazer mais comentários sobre o processo eleitoral dos EUA, alegando que os norte-americanos "agarram-se a tudo" para acusar a Rússia de interferência", referindo-se ao facto de várias investigações nos Estados Unidos terem comprovado que o Governo russo procurou condicionar as eleições de 2016 e as atuais.
"Não quero abordar a questão das eleições nos EUA porque, independentemente do que eu diga, alguns dos nossos parceiros farão qualquer coisa para provar a suposta interferência da Rússia no processo eleitoral dos EUA", concluiu Putin.
O Presidente russo salientou, entretanto, que a política dos EUA é muito importante para o mundo e que os Estados Unidos são uma superpotência e um gigante económico cujas decisões têm impacto a nível global.
Putin nega interferência nos assuntos dos EUA
O Presidente russo, Vladimir Putin, negou na semana passada qualquer interferência nos assuntos dos EUA, admitiu uma aliança militar com a China e garantiu que autorizou a saída de Navalny para se tratar na Alemanha.
Durante uma intervenção no clube internacional de debate Valdai, Putin afirmou:
"Dizem que a Rússia trabalha ativamente, interfere ativamente" nas eleições presidenciais dos EUA.
"Digo que não interferimos", contrapôs.
Putin realçou que "todas as investigações" realizadas oficialmente nos EUA "não conduziram a nada" e apenas constataram "a ausência de provas da ingerência russa".
Já durante uma videoconferência com analistas de política externa, Putin considerou que não vê necessidade de uma aliança militar com a China, mas que não exclui a ideia de vir a verificar-se.
"Teoricamente, é possível imaginá-la", avançou.
Os dirigentes russos e chineses têm elogiado a sua "parceria estratégica", mas até ao momento excluíram qualquer possibilidade de formarem uma aliança militar.
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