As irmãs do Rei Filipe VI de Espanha estão no centro de uma enorme polémica: foram vacinadas em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, durante uma visita ao pai Juan Carlos. Nem Cristina, nem Elena são consideradas doentes de risco.
Há pessoal médico e doentes vulneráveis que ainda não foram vacinados contra a covid-19 em Espanha. O Rei, a mulher, Letizia, e as duas filhas adolescentes também não. Só serão vacinados quando chegar a sua vez de acordo com as prioridades que foram estabelecidas pelo plano espanhol de vacinação.
Mas as infantas Elena e Cristina já estão imunizadas. Pagaram para receber a vacina em Abu Dhabi, onde o pai está numa espécie de exílio, depois de ter fugido de um escândalo financeiro.
O debate público tornou-se quente. Há muita gente que as acusa de furar a fila, por assim dizer, para conseguir a vacinação mais cedo. O problema, em Espanha e em todo o mundo, é que ficam para trás – um dia que seja – pessoas frágeis ou vitais ao sistema.
Nos Emirados Árabes Unidos, as vacinas são para residentes documentados. O país já vacinou 60% da população e há suspeitas de que esteja a receber estrangeiros com dinheiro, numa espécie de turismo da vacina.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), as Nações Unidas e outras organizações não-governamentais já avisaram para o perigo de serem os ricos a açambarcar as vacinas – sejam pessoas ou países. Se não forem todos vacinados, os grupos que ficam de fora podem desenvolver-se novas variantes, mais agressivas e contagiosas, avisam os epidemiologistas.
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